Seguindo uma lógica simples, se todos os óvulos da menina estão prontos desde seu nascimento e o uso de métodos contraceptivos hormonais impede a ovulação, então, eles seriam preservados por mais tempo e, assim, a menopausa viria mais tarde. Mas será que é assim mesmo que o corpo feminino funciona?

Flávia Fairbanks, ginecologista de São Paulo e especialista em endometriose, reprodução humana e sexualidade, explica que o raciocínio está errado e que os anticoncepcionais não interferem na idade em que a  mulher entra na menopausa.

Como é a ovulação feminina?

Uma mulher pode ter até 7 milhões de óvulos durante a vida. Mais curioso do que o número é o período em que eles passam a existir. De acordo com a especialista, todos são produzidos enquanto o bebê está em formação, ainda dentro do útero, entre a 16º e a 20º semana.

Depois dessa fase, a mulher não produz mais nada e o número só reduz. Ainda na vida uterina, o feto já perde quase 5 milhões deles.

Quando nasce, a menina tem entre 1 e 2 milhões e, enquanto cresce, a diminuição continua ao ponto de, ao chegar na puberdade e menstruar pela primeira vez, ter entre 300 e 400 mil óvulos.

A partir da primeira menstruação, a mulher perde 1.000 deles por mês independente de fazer ou não uso de métodos contraceptivos hormonais. Flávia explica que essa diminuição é natural porque os óvulos são gerados com programação genética para morrer em determinadas fases da vida.

Quando uma mulher fica fértil?

No entanto, esse número mensal não está relacionado à fertilidade. Como explica a médica, mulheres que não usam nenhum método contraceptivo composto por hormônio sintético têm, nesses 1.000 óvulos que serão descartados, 10 escolhidos para participar de um “processo seletivo”. “A gente brinca com esse termo porque é exatamente assim. O corpo escolhe 10 óvulos e o melhor deles é o liberado pelo ovário para a possível fecundação”, exemplifica.

Menopausa

A menopausa, portanto, pode ser configurada pelo momento em que o ovário, independente de ter liberado óvulos para fecundação todo ou mês ou ter tido a expulsão impedida pelo hormônio sintético, esgota sua reserva.

Como o anticoncepcional age?

Logo, a ação da pílula ou de outros métodos estão relacionados a essa seleção e não à morte dos outros 990 óvulos. “Quando se aproxima o período fértil, o cérebro manda uma mensagem ao ovário para que ele faça essa `seleção´. Mas, quando uma mulher faz uso de contraceptivos medicamentosos, o cérebro recebe dia a dia através da pílula ou da liberação do hormônio, uma falsa mensagem de que ela está grávida e de que, portanto, ele não precisa liberar nenhum óvulo. Então, o preparo dos 10 óvulos não acontece e a ovulação fica suspensa”, explica Flávia.

Por que tomar anticoncepcional não interfere na menopausa?

Flávia reforça que os óvulos continuam morrendo mês a mês na fase anterior ao período fértil. É por isso que, independente do uso de hormônios sintéticos, a menopausa não é retardada. “A produção e a morte dos óvulos e a entrada na menopausa é um eventogeneticamente programado”, finaliza.

 

Brasil, 07 de Abril de 2016
Fonte: Bolsa de Mulher
Foto: Reprodução

 


 

 

 

 

 

 

 

 

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