Veja como incorporar a ancestralidade e o afeto no preparo de pratos e receitas sinta o verdadeiro poder da cozinha!

Foto: Instagram @alexachung
 
 
 

Para se realizar uma viagem, não é necessário sair de dentro de casa. Não são só as fotos e vídeos na internet, filmes ou até mesmo a troca de experiências entre os viajantes que faz com que seja possível conhecer novas culturas sem ir de fato ao local. A comida é uma grande responsável por aflorar vivências, despertar memórias e ser uma condutora para os mais diversos pontos do mundo.

A afeição por cozinhar abre espaço para o conhecimento de novas culinárias e gastronomias, que segundo o chef e professor universitário Danilo Galhardo, podem ser diferenciadas por conta da abrangência. “A culinária é mais segmentada, ela utiliza ingredientes e técnicas específicas de cada preparo. Já a gastronomia é mais ampla, ou seja, a gastronomia é uma só e dentro dela tem várias culinárias”, comenta o chef.

Com a pandemia, essa sensação de afetividade alimentar foi sendo trabalhada dentro e fora dos restaurantes. E com isso, a reabertura dos estabelecimentos trouxe uma nova tendência: o comfort food.

Foto: Instagram @localhaven

Vivências dentro do prato

 

Caracterizada como uma comida capaz de aflorar as experiências pessoais, diferentes culturas e o sentimento de carinho desde o preparo até o empratamento, a comfort food fez com que vários restaurantes se tornassem adeptos a essa modalidade.  

“O arroz da minha mãe é o melhor do mundo pra mim. Sempre que eu como, eu lembro da minha família em várias situações, viagens na praia, o natal com os entes queridos e amigos secretos com a família toda. E tudo isso vem com apenas uma colher de arroz. É esse o objetivo do comfort food, levar as pessoas para memórias e momentos bons através da afetividade. A experiência de uma ida ao restaurante, por exemplo, fica muito maior do que apenas um almoço ou jantar”, conta Danilo.

Foto: Instagram @wellandfull

Atrelar a nostalgia na experiência alimentar não se restringe apenas a uma pessoa ou a um núcleo familiar. A prática do comfort food também evoca culturas inteiras, mesmo que seja trazendo apenas um elemento daquela gastronomia para uma receita do dia a dia ou incorporando hábitos e costumes na mesa.

Um exemplo, foi o choque cultural que o chef sofreu durante um curso que realizou na Itália. “A relação do italiano com a comida, por exemplo, é diferente da nossa. Eles vivem pra comer e a gente come pra viver. A refeição é o principal momento do dia para eles. Eu senti muito essa quebra quando voltei pro Brasil”, conta Danilo. 

Nesse sentido, o ato de comer não deve ser entendido apenas como degustar os sabores. É importante criar uma experiência sinestésica, trabalhando os cinco sentidos para transportar as pessoas para suas próprias memórias.

Foto: Instagram @feedtheswimmers

Muito além da receita

Dentro de casa, a ancestralidade e a delicadeza foram os principais objetivos dos cozinheiros. Desde pratos que evocam tradições familiares à receitas inovadoras com diversos elementos culturais, a finalidade era a mesma: proporcionar uma viagem para quem está se alimentando.

“Não é uma questão de ingrediente, de técnica, mas sim de carinho e amor que você coloca no prato. Quando você não cozinha com paciência e amor, você pode estar utilizando o melhor ingrediente do mundo, mas a comida não vai sair boa.  Você precisa se doar ao máximo para chegar ao seu objetivo final: passar uma mensagem através da comida”, enfatiza Danilo.

Foto: Instagram @justinchapple

Atrelado ao sentimental, um prato preparado com maestria deve ser feito a partir de três passos. O primeiro é separar um bom tempo para realizar o mise en place, ou seja, a organização do que será utilizado ao longo da receita. Em seguida, faça a escolha correta dos ingredientes. É fundamental dedicar-se com atenção e ter muita paciência para compreender a importância de cada item para a obtenção do resultado final. 

Muitas vezes, vale mais a pena despender de um orçamento maior, podendo até mesmo fazer uso de vale-refeição, para evitar transtornos. Por fim, estudar a técnica e modo de preparo da sua receita. “Esse é o tripé para o prato perfeito”, relata o chef.

Viajando através da comida

 

O interesse por conhecer variadas culturas começa no prato. A pesquisa Pinterest Predicts de 2022, realizada pela própria plataforma através das interações feitas pelos usuários dentro de seus mecanismos de busca, revelou um alto volume de pesquisa por receitas e gastronomias européias, asiáticas e africanas. Mas como condensar tantas referências dentro de um mesmo prato?

Danilo apontou diversos elementos gastronômicos de vários países e continentes para que seja viável trabalhar a afetividade na culinária, através de tradições, ancestralidades e costumes.

A gastronomia mediterrânea é uma grande fonte de inspirações. Ela é encontrada em países europeus mais próximos ao mar, como a Grécia, Sul da Itália, Espanha e Portugal, e em locais como Marrocos e a região sírio-libanesa. “A gastronomia mediterrânea tem um conceito de alimentos mais frescos. Por exemplo, a gordura que eles usam é o azeite de oliva. É uma comida muito aromática, devido às especiarias. Além disso, o pão acaba se tornando um talher para pegar as pastas, cremes e saladas”, conta o chef.

Foto: Instagram @localhaven

Se o objetivo é trazer uma comida mais forte, pode-se focar na gastronomia europeia dos países cuja temperatura é mais fria, como a Noruega, Suíça, França e Alemanha. “Por conta do clima, a comida costuma ser muito ligada aos alimentos mais gordurosos, embutidos e em conserva de sal ou vinagre”, detalhou Danilo. 

O chef ainda mostrou opções fáceis para se fazer em casa e sentir um pouquinho do gosto da Europa. “Não deixe de fazer massas, seja ela fresca ou seca, com os molhos da sua preferência. Porém, o ponto deve ser mais al dente. É um elemento cultural que eles têm para ajudar na digestão. Acompanhe as massas com os queijos típicos de cada país. A confecção dos queijos europeus é uma arte, parece uma sinfonia dentro da boca”.

Já no continente americano, um dos grandes destaques é a comida mexicana. Considerada um patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, o sucesso gastronômico se dá por conta da forma de preparo e do equilíbrio entre a pimenta e o adocicado. No Peru, a delicadeza e a destreza no preparo dos alimentos é evidente, requer muito carinho e um bom uso das habilidades manuais.

Foto: Instagram @feedtheswimmers

Embora a Ásia seja muito difícil de definir em um padrão só, um dos grandes destaques é a tailandesa. “É uma das únicas culinárias do mundo em que é possível sentir os 4 sabores na boca - salgado, doce, azedo e amargo - simultaneamente. O equilíbrio é perfeito”, conta Danilo. 

Foto: Instagram @ellacartefood
 

Na África, existem muitos povos vegetarianos. Eles tiram dos vegetais sua principal fonte de nutrientes, sendo tratados com muita delicadeza. “Vale a pena conhecer e reproduzir os pratos africanos. Têm muito quiabo, farinha, milho e se torna uma gastronomia muito rica e feita com muito carinho”, explica o chef.

Foto: Instagram @fooddeyder

Por fim, o Brasil é um país repleto de culinárias e regionalismos. Cada estado possui a sua particularidade, ingredientes mais utilizados e modos de preparo específicos. A gastronomia brasileira é bem segmentada e tem um grande destaque no cenário mundial. 

Foto: Instagram @yourmagicalkitchen
 
 
Fonte: L'Officiel Brasil


 

 

 

 

 

 

 

 

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